segunda-feira, 19 de abril de 2010

Breve despedida.

Sumindo... por um tempo. (Assim espero)
Olá queridos leitores do jabuty... escrevo hoje para
avisá-los de que irei 'sumir' por, sei lá duas semanas, antes
que o desânimo me obrigue a desistir do blog.

Tenho avaliado tudo o que tenho escrito e postado
por aqui,e, sinceramente acho que vocês merecem textos
com o mínimo de qualidade e que sejam realmente bem escritos.

Um abraço.
Até mais...

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Realmente... "pouca coisa" !

Ainda me lembro com clareza do dia em que tentei ler pela 1ª vez.
Lembro-me da luta de minhas primeiras palavras tortas e borradas escritas em um caderno brochura com o auxílio da professora Regiane...
Lembro-me de passar a maior parte do tempo sozinha até descobrir o significado da palavra “amigo”. Lembro-me das viagens, de mudar de colégio e de gostar de um garoto pela primeira vez.
Lembro-me de aguardar ansiosamente o nascimento do meu irmão, e de adorar deitar sob a barriga de minha mãe para sentí-lo mexer lá dentro, e tempos depois de embalá-lo no sono com cantigas de ninar.
Lembro-me das festinhas de aniversário, de virar a noite enchendo bexigas e enrolando docinhos, de ganhar um vestidinho novo para usar na hora dos parabéns...
Lembro-me de receber visitas daquele amigo do meu pai que sempre me trazia presentes e de sempre dizer a ele: "Quando crescer, quero casar com você".
Lembro do sabor doce da infância com todas as cicatrizes da insensatez de quem quer somente alegria e que a obtém simplesmente por nunca pensar em buscá-la.
Lembro-me de entrar no ensino fundamental temendo mais que tudo não poder concluir
minha caminhada em direção àquilo que eu julgava ser o sucesso, e de ser totalmente assídua e exemplar não por vontade de fazê-lo, mas sim por estar acostumada à esse tipo de condição... Meus pais sempre diziam que mesmo que eu fosse a 1ª da classe, somente estaria cumprindo meu dever.
Lembro-me de ainda assim ser feliz e conviver bem com todos... Lembro do dia em que a palavra "amizade" passou a não existir mais em meu vocabulário, extinguida pela ação inconseqüente de outras pessoas. Lembro que a partir daquele dia o significado de "ódio" ficou muito mais claro para mim.
Lembro de me recuperar disso e de procurar voltar a acreditar naqueles sentimentos que para mim já não faziam o menor sentido.
Lembro-me de ter pessoas queridas muito mais distantes do que eu poderia supor ser capaz de suportar.
Lembro-me com saudades do meu primeiro emprego... A companhia do pessoal do restaurante realmente me faz falta, principalmente nas noites vazias de sábado.
Lembro-me que além daquele primeiro amor, idealizado e inocente, tive alguns outros, outras decepções, e que mesmo sem nunca ter acertado, eu ainda me julgo forte o suficiente para tentar mais uma vez...

Lembro-me do maior mico, da primeira ocorrência, primeira suspensão, do primeiro zero, de matar aula pela primeira vez, das discussões com aquele professor chato que fazia de tudo para que eu não assistisse a suas aulas e de irritá-lo o suficiente para ele desejar poder me esganar, principalmente pelo meu excesso de sinceridade. Porém me lembro também da admiração de muitos outros professores com quem ainda tenho contato e conservo amizade até hoje.
Lembro-me disso e de todos esses erros e acertos que vem como ônus de uma pré-adolescência muito bem vivida em um colégio que eu simplesmente amava. Apesar de todos os pesares.

Lembro-me do meu primeiro porre, do primeiro cigarro... Os primeiros passos da decadência.
De todos os erros, sem dúvida, os piores. Mas me lembro também com alegria de deixá-los para trás e concertar toda minha vida voltando meu coração para aquilo que realmente importa.

Lembro-me de depois de passar aproximadamente 3 anos somente estudando, de voltar a trabalhar... E como a experiência no restaurante me ajudou!

Lembro-me da última vez que mudei de colégio. Do meu primeiro dia de aula... De ficar encantada com tudo e conhecer pessoas realmente adoráveis! De estabelecer milhões de metas e logo em seguida abandoná-las. De conservar sonhos, fazendo um paralelo com minhas aptidões. De descobrir entre tantas, qual a profissão que eu desejava seguir.
De fazer da música um estilo de vida, das primeiras notas vagarosas tocadas ao piano, de não ter tempo para desenvolvê-las tanto quanto eu gostaria.

Lembro-me também de viver muito mais, mas sou consciente da minha limitação para descrever com exatidão cada um desses momentos que constituem boa parte da minha história...


Escrevo isto para provar que idade são somente números... Não provam nada em relação à experiência de vida

E tem gente que ousa dizer que em 15 anos eu não vivi quase nada!