quarta-feira, 13 de maio de 2009

Como se eu sorrisse, mas não pudesse crer...


Entrei no ônibus e o barulho já estava me enlouquecendo, trocava palavras com uma amiga até que ela desceu e eu fiquei sozinha. O som estava ligado e estava tocando uma música que eu odeio com todas as forças da minha alma, pelo menos da parte que me é reservada ao ódio.

A sustentação daquilo que eu julgava normal dentro das minhas possibilidades de existir em paz com a tristeza foi quebrada, eu olho pela janela e o mundo está cada vez mais colorido do lado de fora, cheio de vida: Céu azul, folhas verdes de árvores balançando de leve com o vento... O sol brilha forte e eu nunca agradeci tanto por tê-lo presente para aquecer meu corpo, sentia que meu coração congelava aos poucos com o famoso inverno curitibano. Mas, em compensação, daqui do lado de dentro, dentro de mim tudo parece tão cinza quanto ou mais cinza que antes, meus olhos me mostram uma coisa, mas minha noção de lógica me faz acreditar que isso é irreal, uma dose errada de tudo; racionalidade e sentimentalismo já não convivem em paz. E eu sei que é real, eu sei que as cores, o calor, e os sorrisos estão ali bem à minha frente; O que acontece é que essa rotina emocionalmente desgastante criou uma barreira entre meu corpo e o mundo real que não é fácil de ser transpassada, é como a janela do ônibus onde frequentemente eu apoio minha cabeça quando estou cansada de tudo : Vidros escuros me isolam do mundo, vidros que só deixam passar um pouco de luz, um pouco de cor, vidros que distorcem imagens e ocultam o som, abafam desde gritos de agonia até as mais doces melodias.

Eu sei que posso transpassar essa barreira assim como posso ultrapassar esse vidro sem precisar me esforçar para abrir a janela, mas para isso, terei que me chocar com força á ela, e enfrentá-la de frente até que ela se quebre. Certamente irei sair machucada, sangrando. Certamente depois de anos ainda terei as cicatrizes. Talvez eu desmaie. Talvez não, mas nunca saberei se não tentar.


E tenho absoluta certeza de que logo estarei aqui contando sobre minha vitória, e descrevendo com detalhes o quão bonito pode ser o mundo real.

domingo, 3 de maio de 2009

Como tudo tem um fim...

A normalidade acabou também, comentava à pouco, com pessoas próximas que desejava que algo acontecesse, tudo aquilo tão comum, tão remoto, tão parado estava realmente me deixando maluca.
O tempo passou e as coisas mudaram, eu estou agindo agora de uma forma que nem eu sei explicar; o fato é que eu tenho pensado e visto que o tempo todo tenho sido nada para nada e nada para tudo também, como se minha existência pudesse passar despercebida aos olhos do mundo ao simples toque de uma borracha, fácil assim.

Sim, e o passado volta e bate à porta, pede socorro. Sei que "ele" prescisa de ajuda, mas não é comigo que vai encontrar alento, não, jamais.

O vento ainda traz cacos de memórias de tempos ainda piores, e eu não mais me incomodo com isso, pelo contrário, isso tem me ajudado a perceber uma certa evolução. Estou realmente crescendo , por mais que não pareça, tenho considerado isso um grande mérito.

E o que fazer pra dissoluir a tristeza que agora toma conta de mim? Nada. Simplesmente deixe que ela vá embora sozinha quando for melhor, a normalidade foi embora e isso é ótimo, eu só espero q a tristeza parta logo também, eu quero sorrir, presciso sorrir pra alcançar minha sanidade novamente pois sei que esta será a única saída

Então como plano para essa semana: Traçar minha existência "à caneta"; poderá ser apagada, sim, mas não com tanta facilidade, e assim ir evoluindo. objetivos.

"400 km?? A eternidade é o limite. O infinito, quanto amo você."