terça-feira, 28 de abril de 2009

Com muito menos tempo.

Bom, algumas pessoas têm reclamado que eu não posto mais nada no blog à um bom tempo, o fato é que por incrível que pareça, estou estudando feito uma condenada, as paredes de meus problemas cada dia mais tem se estreitado para me esmagar e eu me vejo fugindo de tudo, inclusive de mim mesma, de meus textos, de realmente tudo.

Então venho aqui somente para postar mais uma tradução de um música que faz referência à tudo o que estou vivento no momento. Pra quem gostar a banda é L'Âme Immortelle; uma boa pra quem curte darkwave e letras em alemão.

Another Day (Tradução)

Outro Dia

"Assim que eu sento ao redor da margem
de meus sonhos e desejos
meu orgulho jaz partido no chão
com relusentes raios de sol

meus pensamentos abraçados pelo nada
ondas mentais passando tão devagar
eu espero pelo seu querido carinho
tão inocente como a fresca neve jovial

assim que o silencio desaparece
eu junto forças para um outro dia
outro dia que terei que passar
outro dia aqui sem você

para fugir de meus vicios
eu saio para procurar as vozes
que falam uma vazia bendição
de palavras ocas e vozes vazias

mas estas palavras me mantem sana
até o momento qque você retornar
onde eu deixo acontecer de toda a dor
livre de fúria e preocupação

e eu sinto seu calor e seu amor
como se ele me levasse ao fluir
eu chego a só uma conclusão
eu nunca irei deixar você partir"

Bom, isso é para você mesmo;
Eu nunca irei deixar você partir, pelo menos não totalmente
"Você estará distante de mim o suficiente para que eu sinta sua falta
Mas nunca o bastante para que eu aprenda a viver sem você"

Tempo e distância não são barreiras.

Dependendo do significado desse monstro de 7 cabeças que vem à ser o amor

Acho que amo você.


segunda-feira, 6 de abril de 2009

Amada fortaleza de concreto esverdeado.

O pouco sol do dia nublado entrava pela janela do ônibus e aquecia meu corpo. Meus olhos ardiam, sentia sono. Apoiei minha cabeça de lado na janela para descansar um pouco e vi uma longa fila de carros à nossa frente.

Quando o ônibus finalmente andou, passamos por uma loja de roupas com uma vitrine relativamente grande, andamos mais um pouco e empacamos novamente, agora na frente do cemitério. Vontade de descer do ônibus e caminhar um pouco, respirar um pouco de ar puro, ainda que este ar tivesse “cheiro de morte”.

O ônibus parou novamente, desta vez na frente do colégio onde completei o ensino fundamental. Fechei os olhos para pensar... Saudades daquele lugar. Minha história, minha personalidade, minhas maiores alegrias e também minhas decepções nasceram e cresceram dentro daquela ilha de concreto esverdeado no meio da cidade. Não era um lugar bonito, pelo contrário, parecia mais uma penitenciária do que um colégio. Havia dois portões principais: Um para a quadra (que só era aberto para a saída de alunos) e um que dava para uma pequena janela na secretaria onde pais de alunos eram atendidos. Passando disso, uma enorme porta de madeira branca e vidros velhos (que foi trocada à uns 2 anos por uma porta de aço branca, aparentemente blindada).

Passando disso o pátio central com bancos de concreto se despedaçando. Paredes verdes, que pareciam vivas nos dias ensolarados (que ocorriam aproximadamente 7 vezes por ano) e úmidas nos dias nublados (bem mais comuns por aqui) . Na parte superior do prédio que já tinha mais de 50 anos, um corredor com umas 10 salas com capacidade cada uma para mais ou menos 45 alunos cada uma. Em uma ponta do corredor uma pequena biblioteca, à qual somente os melhores alunos (em nota) tinham acesso. Na outra extremidade do corredor um pequeno depósito e um laboratório precário. Tudo verde.

Na parte inferior: Biblioteca (que todos podiam freqüentar), banheiros, refeitório, sala de educação física (onde eram guardados os equipamentos de ginástica, e que tinha ao fundo o pequeno vestiário aposentado à mais de 20 anos, com apenas dois chuveiros); Logo a frente disso, podíamos ver a quadra. Apesar de terem se passado quase 4 anos desde a época em que estudei lá, consigo me lembrar de quase tudo, fora é claro, momentos de tristeza mais profundos que eu fiz questão de apagar de minha mente.

Um dia que eu nunca esquecerei: Estava milagrosamente fazendo sol, e as pessoas pareciam naturalmente mais alegres por isto. Estava sentada na arquibancada da quadra principal. A brisa leve fazia meu cabelo dançar... Eu contemplava maravilhada a paisagem que se formava em volta de mim; O chão estava coberto por flores amarelas do pé de Ipê. As pessoas andavam pisando sobre elas, afastando-as com os pés. Havia crescido grama em torno das raízes da majestosa árvore. Havia até borboletas, coisa incomum de se ver por aqui. O vento fazia as flores se desprenderem das árvores e caírem sobre minha cabeça, como uma dádiva dos céus. Veio perto de mim então, aquele garoto que era minha grande paixão na época. Um amor inocente; Pegou uma das flores que pairavam no ar e colocou-a na minha mão... um gesto de imensurável carinho. Eu sorri, ele correspondeu com um sorriso também e saiu sem dizer nada. Eu fiquei parada, simplesmente curtindo o momento.

Mal sabia eu que aquele mesmo garoto seria, anos mais tarde, personagem principal do pesadelo que se tornara minha vida . Desencostei a cabeça do vidro, abri os olhos e percebi que já estava longe, nas proximidades do colégio onde estudo atualmente. O impacto com a realidade no qual vivo agora, deixou bem claro o quanto minha vida se tornou amarga. O vento agora não me traz flores, mas sim arrasta comigo os cacos de minhas lembranças que eu tento deixar para trás. O mundo parece cada dia mais cinzento aqui fora. Bem diferente da minha amada fortaleza de concreto verde, que permanecerá eternamente em meus sonhos.

sábado, 4 de abril de 2009

Novamente sem destino...

Ficar sem nada para fazer é extremamente desagradável... E quando me deparo com o rumo intediante que minha vida toma aos poucos, gosto simplesmente de sair sem destino...

Cheguei do colégio, almocei sem vontade, coloquei uma calça jeans soltei meu cabelo e saí. Não levou mais de 5 minutos até que aparecer um ônibus. Entrei nele em seguida. Fiquei feliz por ter um lugar para sentar. Fiquei naquele lugar estática, sem me movimentar, lutando para continuar respirando, me afogando nas minhas angústias... a dor de viver era tão intensa que ás vezes me pegava lutando contra mim mesma segurando as lágrimas que insistiam em querer sair de meus olhos... Segurei-as não sem grande esforço e tentei me concentrar na paisagem que via pela janela... o dia estava nublado e isso fazia a cidade parecer ainda mais cinzenta lá fora. Quando me dei conta, a moça que estava sentada ao meu lado já havia saído. O ônibus parou novamente e naquele lugar vago sentou-se um rapaz; que ao sentar instantaneamente tirou de sua mochila um livro. A forma como as palavras estavam dispostas me lembravam algum livro que eu já havia lido á muito tempo atrás, mas não recordava o nome...

Fiquei extremamente curiosa para saber se eu conhecia a história que mantia-o tão concentrado, mas não tive coragem de inclinar minha cabeça e acompanhar a leitura com ele, já tinha passado por isso uma vez e sabia o quanto era desagradável. Tentei olhar então, o reflexo das páginas do livro pelo vidro do ônibus... Inutilmente. Tudo o que eu consegui ver pela pouca claridade foi meu reflexo, A pele extremamente pálida e a boca colorida por um vermelho que chegava a ser vulgar... o desenho de um rosto de perfil concentrado na leitura, e as páginas tomadas pela luz do sol eram de um branco cegante... A disposição dos elementos, a luz, tudo perfeito... Exeto pelo fato de que eu não tinha uma câmera naquele momento para registrar a imagem que havia me causado tão grande fascinação. Senti que tinha a obrigação de descobrir o nome do livro. Esperei ansiosa o momento de ele descer do ônibus para poder ver a capa do livro; Me surpreendi ao ver que já estávamos chegando no terminal e ele ainda estava lá. Senti raiva por um momento, que em pouco tempo foi dissolvida pela curiosidade.

Ele só parou de ler quando o ônibus chegou do terminal, fiquei esperando que ele se levantasse para que eu pudesse sair. “Metas” era o nome do livro... Não consegui ver quem era o autor; uma capa azul clara desbotada e evidentemente gasta pelo tempo. Ele desceu do ônibus calmamente e eu em seguida. Fiquei feliz por ter jogado um pouco da minha tristeza fora e trocado-a pela satisfação ridícula por saber o nome do livro.

Andei sem saber direito para onde ia... Ao me preparar para atravessar a rua, senti uma mão puxando meu ombro para trás. O coração bateu mais forte. Medo de ser alguém conhecido. Virei-me instantaneamente, séria, porém com um sorriso falso guardado, pronto para ser usado de fosse necessário.

Era ele, o rapaz do livro. Até então ainda não havia visto seu rosto, que estava iluminado por um sorriso enorme. Olhos que brilhavam; satisfação de quem é naturalmente feliz. Chamou-me para entregar um cartão telefônico velho que caiu do meu bolso enquanto eu andava. Sorri sinceramente para ele e agradeci, envolvida por sua discreta alegria contagiante...

Continuei andando sem direção e o vi novamente. Virou a rua, pelo horário, devia estar indo para a faculdade. Encostei em um prédio, suspirei, pensei um pouco. Voltei para casa. Já tinha reflexões suficientes para uma vida inteira...

Aquele rapaz me fez lembrar tudo o que eu idealizei na minha vida inteira. Crescer, cursar uma faculdade, ser alguém... Tudo nele me lembrava a pessoa que eu fui algum dia. Desde a singeleza em sua voz até o brilho cativante em seus olhos. Tudo me lembrava a garota espetacular que eu fui algum dia: A garota que sonhava, fazia planos, culta, simpática... A garota que por uma necessidade maior de vingança eu matei dentro de mim à alguns anos atrás...

Eu tinha tudo o que precisava e insisti em uma vingança ridícula que só prejudicou à mim mesma...

A garota que a cada segundo eu tento trazer de volta.



- Nunca desista de seus ideais... viver sem sonhos é o mesmo que não viver...
Felicidade é pouco; O que eu quero de volta ainda não tem nome.